1ª Edição - Ano MMXXIV
Mundialização das trocas: o caso de Portugal
Por Gustavo Almeida, João Barbosa, Rita Jeremias, Márcia Veiga e Mia Schwarz, do 12.º F
Este trabalho tem como propósito analisar a forma como Portugal se insere no cenário da mundialização das trocas comerciais.
Para mote desta análise, apresentamos uma fotografia que nos pareceu reunir, em si mesma, alguns dos símbolos mais significativos das exportações portuguesas.
Ao longo do trabalho, e após uma introdução à noção de mundialização das trocas, exploraremos alguns indicadores que caracterizam a economia portuguesa num contexto globalizado e irá ser feita a comparação com um dos países mais significativos da União Europeia (UE) – a Alemanha.
Posteriormente, iremos identificar os principais destinos das trocas comerciais de Portugal e realizar uma análise do seu peso, nomeadamente no que diz respeito às trocas realizadas com a UE e com o resto do mundo.
Este trabalho tem como propósito analisar a forma como Portugal se insere no cenário da mundialização das trocas comerciais.
Para mote desta análise, apresentamos uma fotografia que nos pareceu reunir, em si mesma, alguns dos símbolos mais significativos das exportações portuguesas.
Ao longo do trabalho, e após uma introdução à noção de mundialização das trocas, exploraremos alguns indicadores que caracterizam a economia portuguesa num contexto globalizado e irá ser feita a comparação com um dos países mais significativos da União Europeia (UE) – a Alemanha.
Posteriormente, iremos identificar os principais destinos das trocas comerciais de Portugal e realizar uma análise do seu peso,
nomeadamente no que diz respeito às trocas realizadas com a UE e com o resto do mundo.
A mundialização é um conceito essencialmente económico, associado às trocas de bens, serviços e capitais. Este processo, impulsionado por avanços tecnológicos e desenvolvimentos nos padrões de produção, alterou a dinâmica comercial dos mercados, permitindo a difusão dos produtos locais a uma escala global.
Desta forma, as relações comerciais entre países tornaram-se cada vez mais significativas e permitiram diversificar o cabaz de bens disponíveis às famílias, às empresas e aos restantes agentes económicos.
Neste contexto, estruturámos, numa fotografia, um cabaz contendo produtos produzidos em Portugal, com sucesso no mercado exportador.
Na imagem observamos um conjunto de produtos produzidos em território nacional - latas de atum, bananas da madeira, doces de fruta e, por fim, uma garrafa de azeite – produtos estes que, fruto da mundialização, estão disponíveis em inúmeros países.
Este fenómeno contribuiu para alterar a forma como Portugal se relaciona com o exterior, tendo criado oportunidades de negócio.
Foi por esta razão que escolhemos esta fotografia, como ponto de partida para a realização deste trabalho.
De seguida, iremos tentar perceber, através da análise de indicadores, de que forma Portugal participa no comércio mundial.
Os gráficos ao lado, com dados da Pordata, mostram-nos valores absolutos das exportações, das importações e do PIB de Portugal e da Alemanha.
Estes valores, em si, não nos dizem muito acerca da participação destas duas economias no comércio internacional, uma vez que estamos a falar de valores absolutos e não de percentagens. Apenas podemos constatar que a Alemanha tem uma economia maior, o que também deriva do seu maior território.
Na análise destes gráficos, é mais importante salientar que ambas as economias são, de certa forma, interdependentes com o exterior, na medida em que, quando ocorreu uma redução nas exportações e nas importações, o PIB diminuiu.
Podemos observar este fenómeno (de redução do PIB) nos anos de 2008 e de 2020. Nestes períodos, ambas as economias estavam a sofrer com os efeitos associados às crises económicas que estavam a decorrer.
Em concreto, do ano de 2019 para 2020, em Portugal, esta redução foi de 214.374.620 milhares de euros para 200.518.859 milhares de euros. Na Alemanha, no mesmo período, a redução foi de 3.473.260 milhões de euros para 3.405.430 milhões de euros.
Esta redução representou uma diminuição das trocas a nível global, refletida pela redução, quer das importações, quer das exportações.
Desta forma, concluímos que, em tempos de crise, as economias tendem a fechar-se, reduzindo as exportações e importações realizadas. Assim, os países protegem-se, minimizando as vulnerabilidades e dependências face ao exterior.
Outra ideia que é importante realçar é a da dependência da economia portuguesa face às importações e exportações. Tal destaca-se como um fator relevante, tornando Portugal sensível às flutuações do mercado internacional.
Agora, com o auxílio dos dados anteriores, iremos analisar o grau de abertura ao exterior da economia portuguesa e da economia alemã.
Segundo a empresa “Macro Consulting”, o grau de abertura ao exterior (“GAE”) de um determinado país mede a intensidade das suas ligações comerciais com os restantes países. Assim, o grau de abertura é calculado somando os fluxos de importações com os fluxos das exportações e, posteriormente, dividindo este valor pelo valor do PIB.
Este indicador permite-nos analisar, mais precisamente, a participação de Portugal no comércio internacional, na medida em que fornece informação acerca da integração económica e da dependência do comércio nacional face ao exterior.
Um elevado grau de abertura ao exterior é, normalmente, bastante benéfico, uma vez que significa que as economias têm, geralmente, uma maior competitividade, uma maior produtividade, um maior acesso a recursos tecnológicos, etc.
Contudo, é importante realçar que uma abertura ao exterior excessivamente elevada pode também ter um impacto negativo, nomeadamente, a exposição a choques externos com origem nas economias com quem se estabelecem trocas. Por outras palavras, no caso de uma situação inesperada, os países envolvidos nas trocas podem ser fortemente prejudicados.
Neste tipo de situação, dizemos que estamos perante um “efeito dominó”, significando que, quando uma economia entra em crise, as outras também vão sentir os efeitos dessa crise na sua própria economia.
Este gráfico também comprova uma das ideias já estabelecidas na análise aos primeiros gráficos apresentados, uma vez que, durante os períodos de crise (2008 e 2020), ocorreu uma diminuição do GAE, demonstrando assim que, nestas alturas, as economias diminuem as suas relações comerciais com o exterior.
Finalmente, estes graus de abertura mostram que, quer Portugal, quer a Alemanha, no período analisado, têm vindo a intensificar as suas relações comerciais com o exterior, estando ambos bastante integrados na economia global, participando ativamente nas trocas comerciais internacionais.
Por fim, vamos apresentar os dados que nos auxiliam a realizar uma análise mais aprofundada da participação das duas economias no comércio mundial, nomeadamente perceber para que locais as trocas são mais significativas.
Para tal, utilizámos dados referentes ao comércio intra e extra União Europeia, de Portugal e da Alemanha. Iremos assim procurar perceber se a maioria das trocas realizadas por estes países ocorrem, maioritariamente, dentro de um bloco económico específico ou se o peso do comércio com a União Europeia e com os restantes países do globo é equilibrado.
Como podemos observar nos gráficos ao lado, com dados da Pordata, em milhões de euros, as exportações da Alemanha Intra-UE e Extra-EU estão bastante equilibradas, embora o comércio intra zona euro seja ligeiramente superior ao extra zona euro (dos 158.000 milhões de euros em bens exportados, aproximadamente 81.000 são transacionados na União Europeia, o que representa um peso de 51,2%).
Em contrapartida, a distribuição das exportações portuguesas apresenta um enorme desequilíbrio, uma vez que a maioria do comércio é realizada Intra-UE. A exportação de bens para este pólo económico representa, aproximadamente, 54 000 milhões de euros, num total de 75 000 milhões de euros, o que corresponde a 72,9%.
Assim, concluímos que Portugal está muito mais dependente do comércio dentro da União Europeia do que a Alemanha uma vez que, relativamente ao comércio internacional, a maioria das trocas portuguesas concentram-se dentro do bloco europeu.
Podemos, então, afirmar que a Alemanha acaba por ter um papel mais ativo nas trocas internacionais (fora da UE) relativamente a Portugal.
Por fim, constatamos a existência do fenómeno da “regionalização económica”, tanto na Alemanha como em Portugal. Este conceito, segundo o Manual de Economia C da Leya, traduz uma constituição de espaços económicos regionais, através de acordos de integração económica (como a União Europeia, neste caso).
Estes acordos de integração consistem na criação de um mercado comum que permite a livre circulação de bens e serviços através da abolição das barreiras alfandegárias na comercialização entre os países membros.
Estes fatores permitem uma maior facilidade nas trocas comerciais intra EU, o que justifica que, tanto em Portugal como na Alemanha, as exportações para a União Europeia sejam superiores ao valor das exportações com os países fora da UE.
Em suma, Portugal, apesar de participar de forma ativa no comércio internacional, realiza as suas trocas comerciais maioritariamente dentro da União Europeia. Neste contexto, Portugal apresenta uma certa dependência relativamente à UE para o funcionamento da sua economia.
Este trabalho teve como objetivo analisar e entender de que forma Portugal participa no comércio globalizado.
Inicialmente, tornou-se evidente que, em períodos de crise económica, os países tendem a fechar-se em relação ao exterior, ou seja, no âmbito das trocas comerciais, geralmente, ocorre uma diminuição das importações e das exportações.
Esta tendência pode ser explicada como sendo uma medida que visa proteger os interesses internos, mitigando os impactos adversos da crise. Tal verificou-se em Portugal nas duas últimas crises ocorridas, em 2008 e 2020.
Outro aspeto que é importante realçar relaciona-se com o alto nível de dependência da economia portuguesa face às importações e exportações. Isto destaca-se como um fator relevante, tornando Portugal suscetível às flutuações do mercado internacional.
Por fim, também foi possível concluir que em Portugal existe uma clara preferência em realizar trocas comerciais com os países da União Europeia. A proximidade geográfica e as ligações históricas contribuíram, de forma decisiva, para essa dependência, como explica o Eurostat numa notícia do ECO: “a variedade de dependência das trocas comerciais intra-UE reflete até certo ponto as ligações históricas e a localização geográfica”.
Desta forma, conclui-se que, mesmo sendo um fenómeno à escala global, a mundialização, está claramente “regionalizada”, ou seja, embora exista comércio entre todas as partes do mundo, este intensifica-se, no caso português, dentro do pólo europeu.
Em síntese, Portugal apresenta uma participação ativa nas trocas internacionais, mas a sua dependência face à União Europeia leva à necessidade de diversificação e fortalecimento de relações comerciais fora deste bloco. Assim, com este trabalho, conseguimos compreender a posição de Portugal no comércio internacional, percebendo algumas das dificuldades e características da economia nacional.
Bibliografia e Webgrafia
Pais, Maria João et all (2023); Economia C; Texto Editores, Lisboa
Pordata (2024); Balança Comercial em % do PIB;
https://www.pordata.pt/portugal/balanca+comercial+em+percentagem+do+pib-2595.
· Eco noticias, Tiago Varzim (2024); Portugal é dos países mais dependentes das trocas comerciais intra-EU: https://eco.sapo.pt/2021/03/25/portugal-e-dos-paises-mais-dependentes-das-trocas-comerciais-intra-ue/.
MACRO CONSULTING (2024); Grau De Abertura; https://macroconsulting.pt/glossary/grau-de-abertura/.