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Firefly cria-me uma imagem da islândia que possa relacionar-se com o World Press Photo 202

Islândia no World Press Photo

Por Gustavo Almeida, António Baptista, Francisco Geadas e Afonso Inácio, do 12.º F

Para este trabalho, foi-nos pedido que escolhêssemos duas fotografias da exposição World Press Photo 2022/2023, que as contextualizássemos e que analisássemos o desenvolvimento humano do país em que as fotografias foram tiradas. Para tal, selecionámos duas fotografias que representam a região da Islândia, no continente europeu.

A Islândia, localizada no extremo noroeste da Europa, é uma ilha de origem vulcânica, com uma história e geografia únicas. Com a capital em Reykjavik, a Islândia teve a sua origem no processo de imigração de povos nórdicos, no final do século IX e foi submetida a influências culturais predominantemente norueguesas. A introdução do cristianismo, no início do segundo milénio, marcou uma mudança significativa na cultura local. No entanto, apesar destas influências externas, a Islândia preservou a sua língua e cultura de uma forma autónoma e independente.

No século XX, a Islândia passou por um rápido desenvolvimento económico, fruto de um processo de inovação na Indústria da Pesca e, mais tarde, por avanços na área da energia geotérmica. No entanto, a crise financeira de 2008 afetou significativamente a economia do país.

Não obstante os efeitos da referida crise, a Islândia conseguiu recuperar gradualmente a sua economia tornando-se uma nação conhecida pelo seu alto índice de igualdade de género, pela educação de alta qualidade e por práticas de preservação ambiental exemplares, com um alto nível de desenvolvimento humano.

De seguida, vamos apresentar as duas fotografias selecionadas, contextualizá-las e analisar de forma pormenorizada um conjunto de dados estatísticos, procurando perceber se estes indicadores permitem comprovar a veracidade da fama do alto nível de desenvolvimento islandês.

Do lado esquerdo, na imagem 1, observamos a maior central geotérmica da Islândia, localizada em Hellisheiøi. Este estabelecimento faz parte do projeto CarbFix, que tem como objetivo reduzir as emissões de gases resultantes da energia geotérmica e capturar e armazenar o carbono.

Esta fábrica é responsável por produzir cerca de 303 megawatts de eletricidade e 133Mw de água quente. Uma vez que esta produção de energia implica a emissão significativa de dióxido de carbono para a atmosfera, foi desenvolvida uma solução inovadora.Os engenheiros da central começaram a injetar o CO2 e o sulfato de hidrogénio, gerado no processo de fabrico de energia, em poços protegidos por uma cúpula geotérmica (como observamos na imagem 2).

O objetivo desta tecnologia é o de localizar rochas basálticas ricas em cálcio e magnésio que vão reagir com os gases injetados, dando origem a carbonato de cálcio. Na natureza, este processo demoraria milhares de anos a ocorrer. Contudo, face às condições criadas pelos engenheiros, este processo pode ocorrer em somente cinco anos.

Deste modo, esta inovação permite não só́ a redução das emissões de gases poluentes para a atmosfera como também representa uma solução de captura e armazenamento do carbono.

Do lado direito, na imagem 2, encontramos um fotobiorreactor, um tipo de máquina que utiliza como fonte de energia a luz, geralmente a radiação solar, de forma a cultivar microrganismos fotoautotróficos. Este equipamento está localizado nas infraestruturas de Algalife, em Reyjanesbaer, na Islândia.

Neste local, produz-se astaxantina, um carotenoide que é encontrado normalmente em peixes e frutos do mar e que possui uma potente ação antioxidante. Todo este processo é realizado de forma sustentável, uma vez que é desenvolvido a partir de microalgas, usando energia geotérmica 100% limpa.

O sistema de iluminação instalado em Algalife permite reduzir em 50% o consumo geral de energia e, como consequência, garante um processo de crescimento sustentável de microalgas, proporcionando aumentos de produtividade e de rendimento.

Ora, ao analisarmos as imagens 1 e 2, concluímos que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o IDHP (Índice de Desenvolvimento Humano ajustado às Pressões Planetárias), na Islândia, parecem ser extremamente elevados, fruto dos grandes níveis de industrialização associados ao alto progresso tecnológico e consideração com o ambiente.

Passemos agora à análise concreta de dados e indicadores, com o objetivo de confirmar a hipótese acima referida, através de uma análise mais pormenorizada de indicadores compostos, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o IDHP (Índice de Desenvolvimento Ajustado às Pressões Planetárias) e o Índice de Gini e um indicador simples - o RNB per capita.

A tabela abaixo apresenta-nos o IDH e o RNB per capita (Rendimento Nacional Bruto per capita) de diversas áreas. Estes indicadores têm como objetivo avaliar algumas das dimensões da realidade social.

Do lado esquerdo, na imagem 1, observamos a maior central geotérmica da Islândia, localizada em Hellisheiøi. Este estabelecimento faz parte do projeto CarbFix, que tem como objetivo reduzir as emissões de gases resultantes da energia geotérmica e capturar e armazenar o carbono.

Esta fábrica é responsável por produzir cerca de 303 megawatts de eletricidade e 133Mw de água quente. Uma vez que esta produção de energia implica a emissão significativa de dióxido de carbono para a atmosfera, foi desenvolvida uma solução inovadora.Os engenheiros da central começaram a injetar o CO2 e o sulfato de hidrogénio, gerado no processo de fabrico de energia, em poços protegidos por uma cúpula geotérmica (como observamos na imagem 2).

O objetivo desta tecnologia é o de localizar rochas basálticas ricas em cálcio e magnésio que vão reagir com os gases injetados, dando origem a carbonato de cálcio. Na natureza, este processo demoraria milhares de anos a ocorrer. Contudo, face às condições criadas pelos engenheiros, este processo pode ocorrer em somente cinco anos.

Deste modo, esta inovação permite não só́ a redução das emissões de gases poluentes para a atmosfera como também representa uma solução de captura e armazenamento do carbono.

Do lado direito, na imagem 2, encontramos um fotobiorreactor, um tipo de máquina que utiliza como fonte de energia a luz, geralmente a radiação solar, de forma a cultivar microrganismos fotoautotróficos. Este equipamento está localizado nas infraestruturas de Algalife, em Reyjanesbaer, na Islândia.

Neste local, produz-se astaxantina, um carotenoide que é encontrado normalmente em peixes e frutos do mar e que possui uma potente ação antioxidante. Todo este processo é realizado de forma sustentável, uma vez que é desenvolvido a partir de microalgas, usando energia geotérmica 100% limpa.

O sistema de iluminação instalado em Algalife permite reduzir em 50% o consumo geral de energia e, como consequência, garante um processo de crescimento sustentável de microalgas, proporcionando aumentos de produtividade e de rendimento.

Ora, ao analisarmos as imagens 1 e 2, concluímos que o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o IDHP (Índice de Desenvolvimento Humano ajustado às Pressões Planetárias), na Islândia, parecem ser extremamente elevados, fruto dos grandes níveis de industrialização associados ao alto progresso tecnológico e consideração com o ambiente.

Passemos agora à análise concreta de dados e indicadores, com o objetivo de confirmar a hipótese acima referida, através de uma análise mais pormenorizada de indicadores compostos, como o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o IDHP (Índice de Desenvolvimento Ajustado às Pressões Planetárias) e o Índice de Gini e um indicador simples - o RNB per capita.

A tabela abaixo apresenta-nos o IDH e o RNB per capita (Rendimento Nacional Bruto per capita) de diversas áreas. Estes indicadores têm como objetivo avaliar algumas das dimensões da realidade social.

O IDHP tem como objetivo avaliar perdas relativas ao nível do desenvolvimento humano. O seu valor é igual ao IDH caso não haja pressões sobre o ambiente e decresce à medida que as pressões aumentam.

Como observamos na tabela 2, a Islândia apresenta um IDH extremamente elevado, de 0,959. Contudo, quando se consideram as pressões exercidas sobre o planeta, representadas pelo IDHP, a situação altera-se drasticamente, situando-se o IDHP da Islândia em 0,633.

Desta forma, concluímos que a Islândia, apesar de ser um país fortemente desenvolvido, apresenta graves falhas no setor ambiental.

Em comparação com os outros espaços, o país nórdico encontra-se significativamente mal classificado, tendo, na maior parte dos indicadores mencionados na tabela 2, uma pontuação menos elevada.

Face à “Europa e Asia central”, o IDHP islandês é inferior em 11,22% (0,713 face a 0,633) e, em relação ao “Mundo”, o IDHP da Islândia permanece inferior em 4,3% (0,633 - 0,667).

A diferença mais significativa ocorre quando comparamos a Islândia com os “Países de Desenvolvimento muito Elevado (PDME)”. Verificamos que a Islândia se encontra bastante mal classificada, uma vez que o IDHP dos PDME é 18% mais elevado. Tal indica que a Islândia, face a países de desenvolvimento idêntico, encontra-se menos desenvolvida no tema da resolução das pressões sobre o planeta, o que representa um grave atraso.

Também é importante referir que todos os locais estudados na tabela apresentam perdas no IDH face ao IDHP. Conclui-se, assim, da existência de problemas ambientais e, consequentemente, da importância de se encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a preservação ambiental, de forma a realizar-se um desenvolvimento sustentável.

Em conclusão, quando iniciámos este trabalho partimos do pressuposto que, quer o Índice de Desenvolvimento Humano quer o Índice de Desenvolvimento Humano associado às Pressões Planetárias da Islândia, seriam extremamente elevados.

Através da análise e comparação dos vários indicadores de desenvolvimento das várias áreas analisadas, confirmamos que a Islândia é, de facto, um país extremamente desenvolvido.

Contudo, ao contrário daquilo que esperávamos, percebemos que este país nórdico, no âmbito do IDHP, encontra-se abaixo da média dos países com desenvolvimento semelhante, embora tenha iniciativas científico-tecnológicas extremamente promissoras e sustentáveis, como é o caso da central geotérmica em Hellisheiøi e das infraestruturas de Algalife, em Reyjanesbaer (apresentadas nas fotografias da World Press Photo 2022/2023).

Em suma, o exemplo da Islândia demonstra claramente um dos problemas inerente às várias nações: enquanto alcançam marcos notáveis no desenvolvimento humano, estas nações enfrentam, em simultâneo, desafios consideráveis na minimização das suas pressões sobre o planeta. Assim, torna-se evidente a necessidade de se encontrar um equilíbrio entre o avanço tecnológico e a preservação do ambiente, de forma a ser atingido um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

 

 

Bibliografia:

2023 Photo Contest, Europe, Long-term Projects: https://www.worldpressphoto.org/collection/photocontest/2023/europe, consultado em novembro de 

2023.

Civitalis Islândia, História da Islândia: https://pt.islandia.com/historia, consultado em novembro de 2023.

E&E news By Politico, Umair Irfan, Engineers work to cut costs and emissions in geothermal power:

https://www.eenews.net/articles/engineers-work-to-cut-costs-and-emissions-in-geothermal-power/, consultado em novembro de 2023.

Tua saúde By Grupo Rede D ́or, Tatiana Zanin, Astaxantina: o que é, para que serve e onde encontrar: https://www.tuasaude.com/astaxantina/, consultado em novembro de 2023.

·United Nations Development Programm, Relatório de desenvolvimento humano 2022/2023, consultado em novembro de 2023.

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