1ª Edição - Ano MMXXIV
Jogos Olímpicos
Por Mariana Caetano
Os Jogos Olímpicos modernos são o evento multidesportivo mais importante do mundo. São a maior celebração desportiva em número de modalidades representadas, de atletas de diferentes nações reunidas, ao mesmo tempo, no mesmo local, todos juntos num espírito de competição amigável. Além disso, esta é uma grande festa em que são celebrados os valores olímpicos: Excelência, Amizade e Respeito.
Podemos considerar os Jogos Olímpicos como uma das tradições mais antigas do mundo, já que a primeira edição decorreu em 776 a.C., na Grécia antiga, em Olímpia. Nessa altura, os Jogos eram realizados em honra do deus Zeus e, por isso, só podiam competir homens gregos (estrangeiros, mulheres e escravos não podiam participar). Como prémio, recebiam apenas coroas feitas de ramos de oliveira. Parece pouco, tendo em conta que, hoje em dia, campeões olímpicos recebem medalhas de ouro, patrocínios e dinheiro. Porém, antes, recebiam algo muito mais valioso: a fama e o estatuto de serem deuses na terra, não pagavam em restaurantes, eram convidados para todos os eventos, entre outros benefícios.
Em 393 d.C., o imperador romano Teodósio interrompeu os Jogos por os considerar uma celebração pagã, tendo sido apenas recuperados e reinventados de acordo com o modelo que conhecemos hoje, em 1896 (1503 anos depois) pelo historiador, pedagogo e barão francês, Pierre de Coubertin.
Inspirado na antiguidade e com o objetivo de difundir a sua filosofia de vida - o Olimpismo[1]-, o barão de Coubertin idealizou um festival desportivo internacional com o lema “Citius, Altius, Fortius”. Desta forma, seria possível individualizar cada atleta por ser “mais rápido”, “mais alto” e “mais forte”, fosse ele homem, mulher, grego ou de qualquer outra parte do mundo, unificando ao mesmo tempo as comunidades.
Nasceram assim os Jogos Olímpicos da Era Moderna.
Divididos em duas edições, Verão e Inverno, os Jogos Olímpicos realizam-se a cada quatro anos, intercalados de dois em dois anos entre si. Além disso, incluem ainda os Jogos Olímpicos da Juventude e os Jogos Paralímpicos, alcançando assim uma maior gama de modalidades, disciplinas e atletas.
Nos Jogos Olímpicos de Verão, os atletas competem em 33 modalidades, que abrangem disciplinas realizadas sobre a pista, a estrada, a relva, dentro de água, sobre a água, ao ar livre e em locais fechados. Já nos Jogos Olímpicos de Inverno, são disputadas competições em 7 modalidades na neve e no gelo, tanto ao ar livre como em ambientes cobertos.
Após as edições tanto de Verão como de Inverno, ocorrem os Jogos Paralímpicos, onde são disputadas 27 modalidades. Algumas destas são adaptações de modalidades já existentes, como a natação e o atletismo, enquanto outras são exclusivas, como o goalball.
Nos Jogos Olímpicos da Juventude, também divididos em edições de verão e de inverno, reúnem-se atletas entre os 15 e os 18 anos de todo o mundo, que concorrem entre si com o lema "Competir, Aprender e Partilhar", combinando desta maneira o desporto, a cultura e a educação, os valores do Olimpismo.
Embora cada Jogo seja um Jogo e todos tenham uma identidade diferente conforme o país que organiza e os tempos que se vivem, todos respeitam um protocolo bem definido com cerimónias obrigatórias e símbolos representantes do Movimento Olímpico e do Olimpismo.
Na cerimónia de abertura, entram os atletas no estádio com as bandeiras dos seus países, é acesa a Pira Olímpica com a chama Olímpica[2], hasteia-se a bandeira Olímpica[3], canta-se o Hino Olímpico[4] e faz-se o Juramento Olímpico[5].
Na cerimónia das medalhas são entregues medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente, ao primeiro, segundo e terceiro classificados.
Na cerimónia de encerramento, entram novamente os atletas com as bandeiras dos seus países, é entregue a bandeira olímpica à próxima cidade-sede e é extinta a chama olímpica.
Este ano, para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a missão Olímpica portuguesa conta com onze modalidades asseguradas, com 47 atletas, segundo José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal: "Iremos a Paris com uma missão Olímpica mais pequena, mas mais qualificada do ponto de vista desportivo, ou seja, com um valor médio mais alto. Falta fechar várias modalidades, designadamente o atletismo e o judo, mas a nossa expectativa face aos 47 já apurados é a de que temos modalidades com valor médio muito alto. E, portanto, no global, a minha expectativa é que, sendo menos atletas, tenham um valor desportivo superior".
Trata-se também de uma missão cheia de história, já com vinte e oito medalhas: cinco de ouro, nove de prata e catorze
de bronze, em nove modalidades distintas. Com alguns atletas Olímpicos lesionados e outros ainda por apurar, esperamos
mais uma prova do excelente desempenho dos portugueses entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024 nos Jogos Olímpicos de
Verão em Paris.
[1] Filosofia de vida baseada no corpo, na vontade e na mente, unindo o desporto, a cultura e a educação.
[2] Previamente acesa em Olímpia através dos raios do sol captados por um espelho parabólico côncavo.
[3] Bandeira com cinco anéis entrelaçados representantes da união dos cinco continentes e do encontro dos atletas de todo o mundo.
[4] Cantado durante o hastear da bandeira na cerimónia de abertura, foi composto por Spirou Samara e por Kostis Palama.
[5] Feito por um treinador feminino e um masculino, uma atleta feminina e um masculino e uma oficial feminina e um masculino.
Visita ao Comité Olímpico Português
Maria Gonçalves
Na segunda-feira, dia 13 de maio, a turma B do 12º ano teve o prazer de visitar o Comité Olímpico de Portugal numa visita de estudo no âmbito de educação física, com o objetivo de aprender mais sobre a participação de Portugal nos Jogos Olímpicos e sobre a forma como estes se realizam.
Ao entrar no Comité, fomos recebidos pelo Joaquim Videira, esgrimista que participou em 2008 nos Jogos Olímpicos de Pequim e, mais tarde, como voluntário em Tóquio. A primeira parte da visita foi marcada por uma conversa bastante dinâmica sobre temas variados ligados aos Jogos Olímpicos, nomeadamente o objetivo do comité, sendo este valorizar socialmente o desporto, as atividades que se realizam no comité, o dia olímpico, os símbolos e valores dos Jogos Olímpicos. Desta conversa, conseguimos perceber que o Comité Olímpico tem como objetivo mostrar que a importância do desporto e que este tem muito mais do que a própria prática. Ao longo do ano, o Comité prepara a participação de Portugal nos Jogos Olímpicos, realizando também vários outros projetos, nomeadamente visitas de estudo no âmbito da educação olímpica, o arquivo histórico, projetos de igualdade de género, entre outros.Tivemos também a oportunidade de ver um vídeo sobre a história dos Jogos Olímpicos bem como o Juramento, o Hino, os Anéis, o Lema e a Chama Olímpica.
Tivemos ainda, durante toda a visita, a oportunidade de colocar todas as questões sobre estes temas. Em seguida, houve a oportunidade de explorar a entrada do edifício, descobrindo assim as medalhas conquistadas pelos atletas portugueses nos Jogos Olímpicos bem como os primeiros Jogos Olímpicos em que Portugal participou, tanto de verão como de inverno, as Tochas Olímpicas e as diferentes Mascotes que marcaram cada edição dos Jogos Olímpicos.
Antes de regressar ao auditório, conversámos ainda um pouco sobre os Jogos Olímpicos da Antiguidade e as diferenças entre os Jogos Olímpicos Modernos e os da Antiguidade.
No final, já de regresso ao auditório, fomos ainda desafiados a testar o que aprendemos durante a visita, com direito a prémio para os três participantes mais atentos.
Olimpíadas. Sabias que…
Quem foi o primeiro atleta Olímpico a morrer durante a realização de uma prova?
Francisco Lázaro, maratonista portugûes, participante da primeira missão olímpica portuguesa, nos Jogos de Estocolmo, antes da partida untou todo o seu corpo com sebo na expectativa de bloquear os seus poros, de não transpirar e de não precisar de beber água. Desfaleceu no km 29, tendo morrido na madrugada do dia seguinte.
Há idade limite para participar nos Jogos Olímpicos?
Não, a verdade é que, no que toca ao desporto, a idade é só um número. Há registos e relatos de medalhas atribuídas a atletas desde os 7 aos 70 anos. Aliás, na última edição dos Jogos Olímpicos de verão, em 2020, em Tóquio, duas atletas de 13 e uma de 16 anos foram medalhadas.
Um meteorologista tem lugar nos Jogos Olímpicos?
Claro, quem é que iria verificar se se registam temperaturas e condições climatéricas adequadas para treinos e realização de provas? Para além de atletas, participam também treinadores, equipas multidisciplinares, como psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, juízes, voluntários, técnicos de imagem, técnicos de som e técnicos de equipamento.
Há quanto tempo Portugal conquistou a primeira medalha Olímpica?
Há 100 anos, Portugal conquistou a medalha de bronze no hipismo em Paris.
Como viaja a chama Olímpica de Olímpia até à cidade-sede dos Jogos?
É transportada de mão em mão, normalmente a pé mas também pode viajar de avião, de barco, de carro, a cavalo, de camelo, debaixo de água, entre outras formas. A chama representa a ligação entre os Jogos Olímpicos da Antiguidade e os da Era Moderna e percorre o mundo, convocando-o a viver os Jogos num ambiente de paz e unidade.
Quais são as modalidades portuguesas que contribuem para a economia do país?
O Surf e o Golf são modalidades que contribuem para a economia do país.
Cada uma das cores dos anéis da bandeira Olímpica representam cada continente?
Não. Cada anel representa um continente, no entanto as cores dos anéis foram escolhidas de forma a que, pelo menos uma cor da bandeira de cada país, estivesse representada na bandeira.
Quem foi o atleta medalhado mais novo da história?
Em 1900, nos Jogos Olímpicos de Paris, à última da hora, uma equipa de remo, não tendo um timoneiro, pegou numa jovem criança do público e ganhou a prova desta forma. Este menino francês tinha cerca de 7 ou 8 anos.
Quando é que o surf se tornou uma modalidade Olímpica?
O surf estreou-se como modalidade Olímpica em 2020 nos Jogos Olímpicos de Tóquio bem como o karaté, a escalada e o skate.
Quem foi o campeão Olímpico mais velho?
Em 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres, Oscar Swahn, aos 60 anos de idade, ganhou duas medalhas de ouro na modalidade de tiro. Em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, ganhou uma medalha de bronze e uma de ouro. Após a primeira guerra mundial, regressou aos Jogos Olímpicos de Antuérpia e, aos 72 anos, ganhou mais uma medalha de ouro e outra de bronze.
Já tentaram apagar a Chama Olímpica?
Já! Inúmeras vezes e de todas as maneiras, até mesmo com uma pistola de água.
A Chama Olímpica é conservada na Tocha Olímpica, especialmente desenhada pela cidade-sede dos Jogos Olímpicos de acordo com a sua cultura e tradição, no entanto, é feita de forma a ser o isqueiro mais potente do mundo, resistente à chuva ou ao vento. Com a Tocha Olímpica viaja sempre uma pequena lanterna acesa com a mesma chama e, se a Tocha Olímpica se apagar, pode ser reacendida por esta lanterna.
Que modalidades é que já não têm lugar nos Jogos Olímpicos?
São exemplo a natação sincronizada a solo, jogo da corda, balões de ar quente, duelo de pistolas, bicicletas de dois lugares, corridas de obstáculos dentro de água e apneia. Felizmente, a caça aos pombos ao vivo só aconteceu uma vez nos Jogos Olímpicos de Paris em 1900.